Esta é uma série de artigos com relatos pessoais de assuntos polêmicos, sensíveis ou de superação que são enviados para mim. Todos os nomes presentes no texto foram alterados, e as opiniões, condutas e pensamentos expressos em cada relato NÃO expressam minha opinião pessoal. Todas as informações prestadas são de total responsabilidade de quem envia e escreve os textos para a série Relatos Reais.
Era o ano de 2007. Eu já era mãe de uma menina de 2 anos, e embora estivesse feliz com a maternidade, meu casamento estava prestes a ruir. Relacionamento falido. Eu apenas aguentava. Eu estava na idade em que não aceitava levar desaforos pra casa. Não sabia relevar certas coisas que não valem uma ruga sequer. Somando-se a isso, eu estava diante de uma crise financeira pessoal que enchia a minha cabeça todos os dias.
Paula era uma vizinha que eu me dava bem, tinha uma filhinha
linda que era um grude comigo e um marido que apesar de sempre ter um jeitão
bruto, era educado, trabalhador e a tratava muito bem. Um certo dia a minha
amizade com ela foi abalada por causa de um comentário inoportuno dela.
Eu era muito sensível a esse tipo de assunto (maternidade).
Primeiro por ter perdido meu primeiro filho num aborto espontâneo, e depois por
minha filha ter nascido com uma deficiência física (pé torto congênito
idiopático, que hoje já está totalmente corrigido). Eu me sentia frágil e, por
vezes, incapaz de ser uma mãe de verdade
Estávamos conversando sobre vários assuntos, e de repente
ela começou a me contar sobre o tratamento que estava fazendo para ovários policísticos,
pois há um tempo estava tentando engravidar novamente e não conseguia. Conversa
vai, conversa vem, e ela acabou soltando um comentário que me magoou muito e me
deixou com muita raiva.
Eu fui rotulada por ela como "útero podre". E isso
me destruiu por dentro. Quando ela percebeu minha cara de insatisfação tentou
consertar as coisas. Disse que eu só não tinha sorte nas gestações, mas que se
fosse eu não arriscaria ter outro filho pra nascer DOENTE como a minha filha.
Muita coisa passou na minha cabeça naquele momento, mas num
ato impensado, movida por uma raiva enorme, aquela foi a última noite que tomei
minha pílula anticoncepcional. Se meu filho tivesse que nascer com a mesma deficiência
da minha filha, pra mim não importava. Ele seria tão amado e bem cuidado como
ela foi e é. A única coisa que eu queria naquele momento era “dar o troco” nela.
Provar que eu não tinha o útero podre e que ela não era melhor do que eu.
A raiva e orgulho criaram em mim a ideia fixa de que
"útero podre" era o dela que não era capaz de gerar outro filho. Eu
era! Mil pensamentos vinham a minha cabeça, mas eu não encontrava resposta melhor
àquele julgamento infeliz dela do que engravidando de novo. Foi exatamente o
que fiz. Não tive dificuldade nenhuma pra isso. Foi até fácil. Precisei
de pouquíssimas tentativas e pouco tempo depois tive o prazer de convida-la
para jantar em casa. Só para deixar que ela visse 'acidentalmente' o resultado
POSITIVO que deixei em cima do balcão.
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Meu "útero podre" deu a resposta que eu achava que
ela merecia. Na cara dela estava estampada uma placa luminosa com letras em neon
escrito "ciúmes". E enquanto ela me dava um abraço mais falso que
nota de 3 reais, não me segurei e provoquei dizendo que era uma pena ela não
conseguir ficar grávida com facilidade como eu, porque seria muito bom nós duas
passarmos por essa fase juntas.
Pronto! Não me importei com a situação financeira extremamente crítica, nem com o fato de não suportar a convivência com o meu (hoje ex) marido, não me importei com mais nada. Eu estava tão cega de raiva que a única coisa que eu queria ver durante minha gravidez era ela se contorcendo de ciúmes. Tinha o prazer em chama-la para ver cada pecinha do enxoval, em comemorar com ela cada mexida do bebê e eu gostava cada vez que ela aparecia com um novo exame com resultado negativo. Uma gestação inteira movida por um desejo infantil de causar ciúmes em alguém que não acrescentava em nada a minha vida.
Só me dei conta da loucura que eu tinha feito quando passei
a primeira noite acordada numa crise de choro que parecia não ter fim, ainda no
hospital. Só então que pude pensar eu tudo com mais clareza. A situação que eu
tinha colocado aquele bebê, num barco de um casamento malsucedido para
naufragar comigo. Se fosse hoje, com uma cabeça completamente diferente,
provavelmente teria feito uma careta e ignorado aquele comentário infeliz, não
agiria por impulso num assunto tão sério como esse. Mas do fundo do meu coração
eu vou agradece-la eternamente por ter me provocado e feito com que eu agisse
dessa forma nada racional. Esse filho, mesmo pelo motivo errado, veio para me
completar e mostrar que eu tenho uma força que jamais imaginei que tivesse.
Ah, meu filho nasceu perfeito e ela engravidou pouco tempo
depois, mas teve um aborto espontâneo. Um ano depois engravidou novamente.
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